“Fósseis são enigmáticos, pois, mesmo quando completos, revelam apenas parte de si e de sua história…” (BERGQVIST; PRESTES, 2014). Dizer que a curiosidade matou o gato é fácil quando o gato não é a gente. A curiosidade pode, muitas vezes, ser super benéfica no dia a dia, principalmente quando estamos no ambiente escolar. Crianças e adolescentes são incentivados a buscar conhecimento quando provocados de alguma forma, e é por isso que os professores devem, sempre que possível, utilizar uma abordagem investigativa no ensino básico.
A paleontologia é uma área vasta e extremamente interessante, principalmente por estudar questões da origem e evolução das espécies no nosso planeta, assunto que desperta interesse em qualquer pessoa. Imaginem só, então, estar cara a cara com registros fósseis de milhões de anos atrás, que contam, em detalhes, histórias envolventes sobre os seres vivos que habitaram a Terra no passado?
É justamente esse o intuito de educadores que desenvolveram a ideia de um “Kit Paleontológico” para o Ensino Fundamental, que permite aos alunos uma imersão no estudo da paleontologia, bem como na história - e importância - por trás de cada fóssil.
Infelizmente, grande parte das escolas abordam de forma simples ou nem mesmo trazem essa ciência para a sala de aula. Atualmente, têm surgido propostas de ensino mais atrativas e com maior interação dos alunos com a paleontologia, como informática e visita a museus. Entretanto, apesar de fugirem da famosa - e cansativa - aula expositiva, essas abordagens não apresentam uma investigação por parte do estudante e não garantem completa absorção do conteúdo. O objetivo do uso desses kits, portanto, é promover uma participação ativa das crianças e/ou adolescentes com a matéria, além de servir como ferramenta interdisciplinar futuramente, a fim de mostrar que a paleontologia não é só fósseis de dinossauros.
As réplicas escolhidas para a montagem do kit ilustram a diversidade de fósseis da bacia fluminense, e as cartilhas descrevem informações científicas, bem como sobre os fósseis e as bacias sedimentares. Mas você deve estar se perguntando: quando entra a investigação, então? E eu te respondo: em uma das atividades propostas, os alunos são desafiados a imaginar e sugerir como era o ambiente onde aqueles animais, hoje somente fósseis, viveram, identificar o grupo a que pertencem e supor quais necessidades ecológicas que estes animais podem apresentar. Em outra, os estudantes são instigados a descobrir qual a idade da bacia com base na longevidade dos fósseis, por exemplo, Paleoceno.
Dessa forma, estar (literalmente) “De frente com Fósseis” auxilia no desenvolvimento do raciocínio, proporciona uma interação da turma com o que será estudado e garante um aprendizado profundo e completo. Afinal, quem não gosta de colocar em prática aquilo que aprendeu?
Referência: https://www.scielo.br/j/ciedu/a/HNnWrrYRYkgdCt3yn6Jdmtv/