Os répteis fazem parte de um diverso grupo de animais que compartilham algumas características em comum, como a presença de escamas no corpo e a ectotermia, isto é, a capacidade de utilizar o ambiente externo como fonte de calor para a regulação corporal. A Era Mesozoica foi conhecida como a “Era dos dinossauros” e da diversificação de angiospermas (as plantas com flores e frutos) e foi marcada entre aproximadamente 245 e 65 milhões de anos atrás (m.a.a). Mas, o que muitas pessoas não sabem, é que, além dos famosos répteis terrestres da época, os dinossauros, o ambiente marinho também era lar para muitos desses animais de “sangue frio!”

Os Ictiossauros, eram répteis aquáticos que chegavam até 7m de comprimento e possuíam morfologia similar aos golfinhos atuais, apresentando um formato corporal fusiforme, similar à um míssil, caracterizado por potencializar a natação, reduzindo o atrito com as moléculas de água. Estudos indicam que sua alimentação era diversificada, tendo como presas peixes, moluscos ancestrais das lulas atuais e até mesmo algumas aves e tartarugas.

Ictiossauro Platypterygius. Imagem: Xing Lida.

Um recente artigo apresentou a descoberta de um fóssil de Ictiossauro de aproximadamente 5m que havia predado um outro animal de tamanho quase equivalente, um Xinpussaurus de 4m, espécie de Tallatossauro. Aparentemente, a presa não foi digerida pelos ácidos estomacais do ictiossauro porque, segundo os pesquisadores, o mesmo provavelmente morreu logo após sua refeição. Abaixo, há algumas imagens para facilitar o entendimento desse fato bastante curioso.

Esquema da presa e predador. Foto do artigo:

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2589004220305344

Foto da escavação contendo a presa (engolida) e o predador. (Foto: Ryosuke Motani/divulgação).

Além dos Ictiossauros, a Era Mesozoica também teve outros grandes répteis aquáticos, como os Plesiossauros, os quais realmente eram gigantes! Eram seres que podiam chegar até 12m de comprimento e, para a opinião de muitos pesquisadores, tinham uma morfologia corporal bastante “esquisita”, geralmente com uma cauda encurtada e tamanhos diversificados de pescoço e cabeça, variando de acordo com as espécies, sendo o pescoço longo e a cabeça curta nos plessiosauroides e o inverso acontecia nos pliossauroides, isto é, uma cabeça comprida e um pescoço curto.

Um fato interessante, é que os plesiossauros ainda estão “vivos” graças à criatividade e imaginação de algumas pessoas! Certamente, você já os viu em algum filme ou história. Eles são os famosos “Monstros do Lago Ness”, uma lenda popularmente cultuada na Escócia. Em 1934, uma suposta fotografia desse “monstro” causou muito alvoroço na época. No entanto, na década de 80, a imagem foi identificada como uma montagem. Ainda assim, muitas pessoas ainda mantêm esse grande réptil vivo em seu imaginário.

Suposto Monstro do Lago Ness - Fotografia de 1934.

E você? Acredita em Monstros do Lago Ness?

Referências Bibliográficas:

SGARBI, G. N. C.; BITTENCOURT, J.; MARINHO, T. da S. Répteis que um dia dominaram os mares. Terrae Didatica, Campinas, SP, v. 12, n. 1, p. 69–77, 2016. DOI: 10.20396/td.v12i1.8645966. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/td/article/view/8645966. Acesso em: 18 jun. 2021.

Da-Yong Jiang, Ryosuke Motani, Andrea Tintori, Olivier Rieppel, Cheng Ji, Min Zhou, Xue Wang, Hao Lu, Zhi-Guang Li, Evidence Supporting Predation of 4-m Marine Reptile by Triassic Megapredator, iScience, Volume 23, Issue 9, 2020, 101347, ISSN 2589-0042, https://doi.org/10.1016/j.isci.2020.101347. Disponível em: (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2589004220305344). Acesso em: 18 jun. 2021

Réptil bem preservado é encontrado na barriga de ictiossauro. Revista Galileu. Agosto de 2020. Disponível em: < https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/08/reptil-bem-preservado-e-encontrado-na-barriga-de-ictiossauro.html> Acesso em 18 de jun. 2021.