Os camarões fazem parte do grupo dos crustáceos, grupo caracterizado por possuir animais invertebrados, ou seja, que não possui coluna vertebral nem crânio, porém, esses animais possuem um esqueleto externo rígido (exoesqueleto) e se destacam pela presença de dois pares de antena e cinco pares de apêndices (patas), todos articuláveis. Os crustáceos habitam majoritariamente ambientes aquáticos ( marinhos e de água doce), contudo, são encontrados também em ambientes terrestres.
A preservação fóssil ( vestígios de organismos que foram preservados com o passar dos anos) dos camarões é bem rara, pois são animais que se decompõe de forma rápida, os lugares que apresentam registros fósseis de camarões nos mostra que houve a sedimentação de minerais que substituíram a matéria orgânica desses animais, que mostrou ser crucial para registros de dados paleontológicos.
Os fósseis de camarões são pouco estudados, tendo seus primeiros registros nos anos de 1940, quando o pesquisador Mathias Gonçalves de Oliveira Roxo encontrou os primeiros fósseis de camarão na Fazenda Quatis, no município de Bom Conselho, no estado da Bahia. Estes fósseis foram os primeiros da infraordem ( grau de classificação taxonômica) Caridea a serem encontrados no Brasil e na América do Sul. Em 1950 o pesquisador Burlen, através do estudo dos registros de Roxo, pôde classificar os fósseis encontrados por Roxo como espécies Atyoida roxoi e Palaemon bahiaensis ambas datadas na era do Cretáceo (145 a 65 Ma atrás ). Neste mesmo trabalho, Burlen descreveu um fóssil classificado como espécie Atyoida tremembeensis, encontrado na Formação Tremembé (era paleógeno: 65 a 23 Ma atrás) na Bacia Taubaté, no estado de São Paulo.
Desde os registros de Burlen as pesquisas sobre fósseis de camarão ficou parada, sendo retomada em 1990 por Martins- Neto e Mezzalira, por meio de uma revisão taxonômica (identificação, descrição e classificação dos organismos), reclassificando os fósseis encontrados por Burlen e Roxo em outros gêneros, os nomeando então, como: Pseudocaridinella tremembeensis, Pseudocaridinella roxoi e Bechleja bahiaensis. Além da reclassificação, eles adicionaram mais um táxon à Formação Tremembé, a espécie Bechleja robusta.
A Partir daí, vários outros estudos foram publicados identificando, descrevendo, classificando novas espécies e reclassificando taxonomicamente espécies já classificadas de fósseis de camarões, ampliando assim, o conhecimento sobre a diversidade fóssil desses animais e permitindo que se traçe uma linha do tempo para os registros fósseis desses animais.
Figura 1: Imagem de fóssil de camarão pitu. Fotos de stock, 2013.