Sabe aquela frase popular “tudo demais é ruim”? Quando falamos de superbactérias estamos falando exatamente disso. A muito tempo curar certas doenças era impossível, pneumonia, gonorreia, sífilis, tuberculose, entre outras que quando contraídas a morte era certa. Quando se descobriu os antibióticos, seu funcionamento e ação em diferentes tipos de bactérias muitas dessas doenças se tornaram curáveis e com isso uma nova perspectiva de vida e evolução.
Mas cadê a parte negativa disso tudo? As bactérias são microrganismos com mecanismos de sobrevivências incríveis, fáceis adaptações e reproduções. Porém isso nos traz uma grande desvantagem quando essas bactérias são patogênicas e causam aos humanos doenças graves. Isso porque essa adaptação incrível leva a geração de uma resistência ao excesso de antibióticos e a velocidade com que elas criam resistência é exponencialmente maior do que a velocidade de criação de novos fármacos.
Esse cenário nos leva a pensar que num futuro não muito distante não haverá antibióticos com capacidades de tratar certas infecções bacterianas, nos levando a voltar no passado onde se achava não haver cura para essas doenças.
Mas vamos entender o funcionamento dessas bactérias e como elas alcançam esse nível. Os antibióticos funcionam de várias maneiras através de uma toxidade seletiva pela qual ele atua somente em cima das bactérias necessárias, podendo ser na membrana plasmática desses seres, parede celular, síntese de proteínas, etc.
A resistência aos antibióticos podem acontecer de várias maneiras, porém a mais básica e recorrente é a partir dos genes resistentes passados para as gerações seguintes. Quando o antibiótico entra em contato com uma colônia de bactérias ele mata, teoricamente, a grande maioria, mas podem acontecer de algumas sobreviverem por simplesmente possuírem um gene resistente ao antibiótico, gerado através de uma mutação completamente espontânea do material genético. Ou seja, não é o contato com o antibiótico que gera as mutações e sim um acontecimento aleatório do material. A cada vez que se aumenta as doses do antibiótico os seres vão desenvolvendo mais resistência e com a hereditariedade cada vez mais seres são resistentes.
Entende-se que a superbactérias se desenvolvem com o uso indiscriminado de antibióticos muitas vezes devido a automedicação. As coisas ficam mais sérias quando se tem surtos que começam dentro de hospitais e com o aumento saem dele.
Mas é importante salientar que uma bactéria resistente somente vira superbactéria quando produz a enzima Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), responsável pela resistência a qualquer tipo de antibiótico desenvolvidos até então, tornando uma grande parte dos tratamentos ineficazes. O fato de se ter uma superbactéria não quer dizer que automaticamente você já possui uma doença incurável, mas sim o desenvolvimento delas aumenta as chances de infecções bacterianas.
As formas de prevenção são bem básicas e que funcionam para praticamente evitar quaisquer doenças bacterianas, como boa higienização, se possível utilizar álcool em gel nas mãos, só tomar antibióticos quando realmente necessários e na prescrição correta do médico, etc.
Infelizmente até o presente momento a superbactérias são causas praticamente perdidas, mas a ciência está em constante evolução nos dando a esperança de que possa existir a descoberta de uma solução, assim como foram descobertos os antibióticos como salvação para vários problemas que a sociedade vivia.
Referências bibliográficas:
SILVA, Fernando Suffi da. MANZOTTI, Kainan Ramiro. PETRONI, Tatiana Ferreira. Superbactérias: A evolução da espécie. Eceams: Faculdade Integrada de Três Lagoas, 2011. Disponível em: <file:///C:/Users/cce/Downloads/22.pdf>. Acesso em: 19 de fevereiro de 2018.