Animais em extinção são aqueles animais que correm risco de desaparecerem, em grande parte, por causa de ações humanas. Há todo um processo de estudo por parte de instituições regionais e mundiais, que verificam e classificam os estados das espécies de animais. O Brasil possui mais de mil espécies ameaçadas, algumas, inclusive, bem presentes no nosso dia a dia.
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O que é extinção? Só o ser humano causa ela?
Extinção, na biologia, é o desaparecimento total de uma espécie, seja ela planta, fungo ou animal.
As condições ambientais da Terra estão em constante mudança, e é normal que ao longo de grandes períodos de tempo essas mudanças levem ao desaparecimento de algumas espécies e o surgimento de outras (mais adaptadas às novas condições). Isso é chamado de processo evolutivo.
O processo de extinção ocorre, geralmente, de forma gradual durante milhares de anos. Porém, mudanças repentinas no ambiente podem gerar grandes eventos de extinções em massa, resultando no desaparecimento de grande parte das espécies do planeta em um período de tempo, relativamente, mais curto.
A Terra já passou por 5 desses eventos, sendo que o último levou à extinção os dinossauros e cerca de 75% das espécies do planeta Muitos cientistas dizem que estamos entrando em uma sexta grande extinção!
Por mais que grandes extinções já tenham ocorrido de maneira natural na longa história da vida em nosso planeta, esta sexta extinção em massa estaria sendo causada por nós, seres humanos.
Estamos causando mudanças ambientais de maneira descontrolada e muito rápida, fazendo com que muitas espécies sejam extintas.
Este vídeo da TED-Ed fala brevemente sobre extinções em massa (há a opção de legendas em português no YouTube).
Quando um animal está em extinção?
Um animal que corre risco de extinção está sofrendo com uma, ou mais, ameaças que estão diminuindo o número de indivíduos de sua espécie e, se essas ameaças persistirem, esse número de indivíduos pode chegar a zero!
Muitas são as ameaças de origem humana, que põem a sobrevivência dos animais em risco. Algumas das maiores são:
A destruição do habitat onde a espécie vive (como o desmatamento);
Mudanças climáticas, resultantes da poluição atmosférica;
A contaminação dos habitats (como lixo jogado dos mares e rios);
E caça e pesca intensivas.
Como é definido se um animal está ameaçado de extinção?
Cada país costuma ter alguma instituição que realiza estes estudos, que avaliam se as espécies daquele país estão ameaçadas. No Brasil quem faz isso é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio. Mas existe também uma instituição mundial dedicada à conservação da natureza, chamada de IUCN, que é a sigla em inglês para “União Internacional para a Conservação da Natureza”.
Essas instituições têm um conjunto de critérios usados por grupos de pesquisadores especialistas, para indicar se uma espécie está sob ameaça e em qual nível de ameaça ela se encontra.
A IUCN possui uma lista de categorias utilizadas para classificar o nível de ameaça das espécies. Vamos ver ela a seguir.
Lista das categorias segundo a IUCN
Após diversos estudos para avaliar se uma espécie se encontra sob ameaça de extinção, a IUCN classifica o nível de ameaça da espécie através de 9 categorias..
Vamos vê-las em ordem de menor para maior grau de ameaça. Por ser uma categorização internacional, incluímos as siglas e os nomes em inglês:
1. Dados insuficientes (DD - Data deficient).
Uma categoria “à parte”, utilizada quando as informações que se tem sobre a espécie são insuficientes para se dizer apropriadamente qual o grau de ameaça em que ela se encontra.
2. Menos preocupante (LC - Least Concern);
3. Quase ameaçada (NT - Near Threatened);
4. Vulnerável (VU - Vulnerable);
5. Em perigo (EN - Endangered);
6. Criticamente em perigo (CR - Critically Endangered);
7. Regionalmente Extinta (RE - Regionally Extinct);
8. Extinta na Natureza (EW - Extinct in the Wild);
9. Extinta (EX - Extinct).
Nas categorias VU, EN e CR, a espécie já é considerada ameaçada, diferindo entre elas o quão ameaçada ela está.
Na categoria RE a espécie está extinta em determinadas regiões ou locais do planeta, por exemplo, extinta no Brasil, mas presente na Argentina, ou extinta na Europa, mas presente na Ásia.
Na categoria EW a espécie está extinta na natureza, ou seja, só se encontram indivíduos desta espécie em cativeiros ou em zoológicos. Já a categoria EX significa que a espécie encontra-se extinta em todo o planeta.
Animais brasileiros em extinção
Segundo um estudo do ICMBio terminado em 2014, temos mais de 1.000 espécies ameaçadas de extinção! São muitos mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios e invertebrados do nosso país que correm risco de desaparecer.
Alguns desses animais, inclusive, já são muito conhecidos pelo público, justamente por aparecerem com frequência em campanhas de conservação da fauna e também por estamparem notas de Real. São eles:
Onça-pintada (Panthera onca);
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus);
Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia);
Garoupa (Epinephelus marginatus);
Arara-vermelha (Ara chloropterus);
Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata).
Como preservar animais em extinção?
O tema da preservação de animais em extinção se encontra dentro das discussões sobre a problemática ocasionada pelas mudanças climáticas e pela crescente preocupação de se promover um crescimento sustentável ao redor do globo. Dentro das estratégias propostas para a preservação da fauna estão:
A criação de animais em cativeiro para serem reintroduzidos, posteriormente, na natureza;
Criação de reservas naturais e espaços protegidos;
A luta contra o tráfico de animais, da caça e pesca descontroladas e a introdução de espécies invasoras.
Redução nas emissões de gases de efeito estufa, que aceleram as mudanças climáticas, e de outros poluentes que impactam negativamente os ecossistemas;
Promoção de uma produção alimentar sustentável, do consumo responsável e da educação ambiental.
Uma outra solução, que alia ecologia e economia, é a prática de ecoturismo. Uma forma de exploração econômica que ao mesmo tempo visa a preservação da natureza e a valorização das comunidades de um determinado local ou região.
Um exemplo notório de ecoturismo atual são os chamados “Safaris africanos”. Para saber mais sobre leia a reportagem da National Geographic sobre os safáris na África: O Futuro dos Safaris em África.
No Brasil podemos destacar o projeto Onçafari que visa a preservação da onça-pintada e de seu habitat natural através do ecoturismo, educação ambiental e ciência.
E para conhecer mais sobre projetos e iniciativas brasileiras que visam a preservação de animais, acesse:
Para você professor
Para auxiliar você professor a planejar sua aula, damos exemplos de habilidades que podem ser desenvolvidas com seus alunos baseadas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a partir do uso deste texto como material de apoio.
Com os objetivos de promover o conhecimento acerca da fauna brasileira, do funcionamento de ecossistemas, da diversidade animal, dos fenômenos naturais e impactos ambientais, das características dos animais, de educação ambiental e preservação da biodiversidade, nós indicamos algumas das seguintes habilidades:
Ensino fundamental:
(EF03CI04) “Identificar características sobre o modo de vida (o que comem, como se reproduzem, como se deslocam etc.) dos animais mais comuns no ambiente próximo”.
(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.
Ensino médio:
(EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.
(EM13CNT303) “Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações”.
Escrito por: Eduardo Gastal
Revisado por: Nicolas Nathan dos Santos
Referências:
GRESHKO, M. et al. What are mass extinction, and what causes them?. 2019. National Geografic. Disponível em: <https://www.nationalgeographic.com/science/article/mass-extinction>. Acesso em: 25/04/2021.
IBERDROLA. As espécies que sobreviveram à extinção graças ao conservacionismo ambiental. 2022. Disponível em: <https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/animais-salvos-da-extincao>. Acesso em: 09/07/2022.
ICMBIO - Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade. Lista de espécies ameaçadas - Saiba mais. Disponível em: <https://www.icmbio.gov.br/portal/especies-ameacadas-destaque#:~:text=Nos%201.173%20t%C3%A1xons%20oficialmente%20reconhecidos,peixe%2Dbruxa%20e%20299%20invertebrados>. Acesso em 24/04/2021.
IUCN 2021. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2021-1. <https://www.iucnredlist.org>. Acesso em: 24/04/2021.
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