Bebidas energéticas são bebidas que estimulam nosso metabolismo com a finalidade de fornecer ao consumidor, energia através da ingestão de alguns compostos tônicos. Confira, neste artigo, que compostos são esses, como os energéticos atuam em nosso organismo, assim como seus benefícios e malefícios!
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O que são bebidas energéticas?
As bebidas energéticas são um grupo de produtos anunciados como sendo capazes de promover estado de alerta, energia e redução do sono. Mas, muita calma nessa hora! É importante saber que esses efeitos podem não ocorrer, pois sua ação varia de pessoa para pessoa.
Esses energéticos, com adição de componentes estimulantes, foram lançados no mercado em 1987 e, desde então, seu crescimento em todo mundo tem sido enorme.
Composição dos energéticos
Segundo o Safefood, as bebidas energéticas são definidas como produtos que contém tipicamente cafeína, taurina e vitaminas, e podem conter uma fonte de energia (carboidratos), ou outras substâncias, comercializadas com propósito específico de fornecer melhoria significativa tanto no desempenho cognitivo, como efeitos na performance.
Confira abaixo a lista das principais substâncias que compõem as bebidas energéticas:
Cafeína: é uma substância com ação ergogênica, ou seja, melhoram o desempenho esportivo e a recuperação do organismo após o exercício. É estabelecido e empregado para atividades de característica aeróbica, comumente consumida por atletas para a obtenção da melhora no desempenho físico.
Taurina: A taurina é um dos aminoácidos mais abundantes no corpo humano. O corpo pode sintetizar esta substância em diversos locais, principalmente no fígado e no cérebro; além disso, foram encontrados altos níveis de taurina em tecidos do coração, retina, no músculo esquelético e no sistema nervoso central;
Guaraná: é uma planta nativa da América do Sul (Paullinia cupana), encontrada principalmente na Venezuela e no Brasil. Seu componente principal é a guaranina, substância quimicamente idêntica à cafeína. O guaraná é adicionado às bebidas energéticas em combinação com a cafeína ou isoladamente.
Glucoronolactona: ocorre naturalmente como um metabólito (produto do metabolismo) formado a partir da glicose presente no fígado, sendo também encontrada em um pequeno número de produtos, como o vinho.
Além disso, as bebidas energéticas podem ser compostas por algumas vitaminas, aromatizantes e corantes.
Como as bebidas energéticas atuam em nosso corpo?
Os energéticos precisam ser metabolizados no organismo para que, assim, sejam absorvidos e desempenhem sua função. Dentre as ações que as substâncias (cafeína, taurina, guaraná e glucoronolactona) citadas anteriormente causam em nosso corpo, podemos destacar:
Estimulação do Sistema Nervoso Central (SNC), que dependendo em parte da quantidade consumida, pode produzir uma variedade de efeitos em outros órgãos;
A cafeína, dependendo da dose, pode aumentar os batimentos cardíacos, promover secreção ácida no estômago (por isso a proibição para quem sofre com gastrite) e aumentar a produção de urina;
No que diz respeito à taurina, há evidências de que esta serve como neurotransmissor (um mensageiro químico para o sistema nervoso), assim como um regulador de sal e do equilíbrio de água dentro das células;
Além disso, a taurina presente nas bebidas energéticas pode retardar a cardiomiopatia (dificuldade no fornecimento de sangue do coração para o corpo, causando insuficiência cardíaca), manutenção da função cerebral, termorregulação, entre outras ações.
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Quais os benefícios e malefícios dos energéticos?
Benefícios:
As substâncias estimulantes presentes em bebidas energéticas foram utilizadas, inicialmente, por atletas, incrementando a resistência física, promover reações mais velozes a quem consumia os energéticos, levar a uma maior concentração nas atividades exercidas, evitar o sono, proporcionar sensação de bem-estar, estimular o metabolismo e ajudar a eliminar substâncias nocivas para o corpo.
Estudos apontam que a cafeína contida em energéticos pode apresentar um efeito broncodilatador (relaxamento e abertura dos brônquios) em pacientes com asma, proporcionando um aumento discreto da frequência e da intensidade da respiração.
Pesquisadores também identificaram efeitos significativos das bebidas energéticas sobre o humor. Esses efeitos foram relacionados com os estados de alerta, revitalização, maior atenção e melhoria da energia mental.
Malefícios:
O uso exacerbado de bebidas energéticas que contém cafeína pode aumentar o metabolismo energético em todas as partes do cérebro, entretanto, pode diminuir o fluxo sanguíneo no cérebro, quadro clínico conhecido como hipoperfusão cerebral.
O Scientific Committee on Food (SCF), na Europa, considera que o grande consumo de energéticos aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares por efeito da cafeína, tanto isolada quanto em combinação com outros constituintes, como a taurina, presente em alguns tipos de bebidas energéticas, consumidas durante ou após exercícios intensos.
A hipertensão (aumento da pressão sanguínea) é um outro fator que pode ser desencadeado com o uso abusivo de bebidas energéticas, podendo ocasionar, também, doenças cardiovasculares e derrames, e os indivíduos com pressão alta são geralmente aconselhados a reduzir o consumo de cafeína.
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Relação ‘bebidas energéticas e álcool’
É muito comum a associação de bebidas alcoólicas com bebidas energéticas, especialmente entre os mais jovens. Esses energéticos, como foi mencionado, possuem elevada concentração de cafeína e outras substâncias, tais como taurina, além de glicose (fonte de energia) e algumas vitaminas que, juntos, possuem efeitos que reduzem a sonolência, diminuem a fadiga e aumentam a atenção e desempenho físico.
O resultado da combinação de bebidas energéticas e álcool é a redução dos efeitos depressores do próprio álcool, em especial de alguns dos sintomas de embriaguez (como a fadiga). É importante salientar que o indivíduo, ao fazer o uso simultâneo destas bebidas, por sentir de forma reduzida os efeitos depressores da bebida alcoólica, ele continua bebendo e, em muitos casos, aumentando a dose dessas bebidas.
Porém, o organismo não consegue metabolizar tão rápido a quantidade de álcool ingerido, assim como as bebidas energéticas, o que pode resultar no aumento da concentração de álcool e demais substâncias provenientes dos energéticos no sangue e o usuário apresentar uma parada cardiorrespiratória, chegando ao ponto de entrar em coma.
Dessa maneira, fica o alerta: devemos tomar cuidado com o uso exacerbado de bebidas energéticas, além da combinação desta com demais bebidas que causem efeitos opostos ou semelhantes!
Para você, professor!
Você pode abordar este conteúdo durante suas aulas referentes a nutrição e fisiologia humana, frente aos efeitos (positivos e negativos) de substâncias químicas, presentes em energéticos, em nosso corpo; além disso, fazer um alerta aos discentes sobre a problemática de ingerir bebidas alcoólicas simultaneamente com bebidas energéticas, tendo em vista que o público jovem são os que mais praticam este ato.
Quer saber mais sobre bebidas energéticas? Visite nosso Instagram e consulte os seguintes posts:
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E, não acabou por aí! Fique por dentro dos seguintes noticiários da British Broadcasting Corporation (BBC) a respeito das bebidas energéticas:
Escrito por: Manoel Celestino de Pontes Filho (@manoelpontes_)
Revisado por: Juliana Cuoco Badari (@jujubadari)
Como citar este texto:
PONTES FILHO, M. C.; BADARI, J. C. Como as bebidas energéticas atuam em nosso corpo?. Potencial Biótico. Disponível em: <https://www.potencialbiotico.com/post/bebidasenergeticas>. Acesso em:
Referências bibliográficas:
CARVALHO, J.M. et al. Perfil dos principais componentes em bebidas energéticas: cafeína, taurina, guaraná e glucoronolactona. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 65, n. 2, p. 78-85, 2006.
REIS, H.H.T. et al. Efeitos agudos da ingestão de bebidas energéticas sobre os paramêtros hidro-eletrolíticos durante exercício em esteira. Journal of Physical Education, v. 30, 2019.
SMIT, H.J.; ROGERS, P.J. Effects of ‘energy’drinks on mood and mental performance: critical methodology. Food quality and preference, v. 13, n. 5, p. 317-326, 2002.
Manoel Pontes
Redator
Graduado em Ciências Biológicas (licenciatura) pela UFPB. Mestrando em Ecologia e Monitoramento Ambiental (PPGEMA/UFPB). Atua em atividades de ensino e extensão.
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