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Foto do escritorLaSexia

Quais são as cópulas animais mais bizarras da natureza?

Atualizado: 17 de abr. de 2022

Sexo é um comportamento comum não só entre humanos, mas também entre várias outras espécies de animais. O que muitos de vocês talvez não saibam é que entre os animais existem muitas cópulas um tanto quanto diferentes. Por isso o Laboratório de Seleção Sexual e Interações Agonísticas (Lasexia) elaborou esse top 5 cópulas animais diferentes para vocês.

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Quer ir para alguma parte específica deste artigo? Basta clicar em qualquer um dos tópicos:



O que é cópula animal?


Cópula ou acasalamento refere-se a união de indivíduos macho e fêmea de uma mesma espécie animal, em que há a junção de gametas para a reprodução e geração de descendentes.


Top 5 cópulas animais mais bizarras da natureza:



5° lugar: Gerrídeos ou Inseto Jesus


Cópula Animal Bizarra: Gerrídeos
Produção: Victoria Helena ( @scilustration)

Em diversas espécies destes animais quando os machos agarram as fêmeas para tentar copular, eles podem acabar causando lesões no corpo da fêmea.


Em algumas espécies, as fêmeas possuem comportamentos ou alterações morfológicas que lhes permitem ter um controle maior das cópulas e assim diminuir essas lesões nesses animais.


Por exemplo, em algumas espécies de gerrídeos ou inseto jesus, machos e fêmeas se envolvem em uma luta antes da cópula.


Geralmente os machos agarram as fêmeas, sem um namoro prévio e tentam forçar a cópula. As fêmeas relutam para acasalar com os machos e tentam escapar dando diversas cambalhotas para trás.


Alguns pesquisadores observaram que essa tentativa de evitar as cópulas pelas fêmeas ocorre em até 85% das cópulas (#nãosouobrigada).


Em outras espécies de gerrídeos, as fêmeas apresentam espinhos na região abdominal que podem ser alongados e/ou recurvados sob a região genital.


Esses espinhos parecem diminuir a facilidade que os machos têm de agarrar as fêmeas, o que dificulta a cópula. Desse modo, as fêmeas que apresentam os maiores espinhos são aquelas que são menos assediadas pelos machos e, como resultado, conseguem reduzir as taxas de acasalamentos que poderiam gerar lesões em seu corpo.


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4° lugar: Marsupiais do gênero Antechinus



Cópula Animal: marsupiais
Produção: Victoria Helena ( @scilustration)

A cópula desse animal é de dar inveja aos seres humanos: ela costuma durar entre 5 e 12 horas! Além disso, os machos copulam com várias fêmeas e durante todos os dias da sua vida adulta (o que dura aproximadamente 11 dias).


Copular por tantas horas e por tantos dias pode cansar um pouco! Devido a essa maratona de cópulas, os níveis de um hormônio conhecido como corticosterona sobem, o que é bem importante, porque esse hormônio auxilia na disponibilização de energia para o macho continuar copulando.


O problema é que ele sobe indefinidamente, causando vários problemas como: anemia, úlcera gastrointestinal, supressão imune e hemorragia.


No final da estação reprodutiva, todos os machos morrem, enquanto as fêmeas vivem por mais uma ou duas estações reprodutivas.


3° lugar: Percevejos


#Rompendo barreiras


Cópula animal: percevejos
Produção: Potencial Biótico

Em algumas espécies de percevejos, ocorre uma cópula bizarra: a inseminação hipodérmica. Nesse tipo de cópula animal, o macho utiliza seu órgão reprodutor, parecido com uma agulha, para perfurar (#agressivo) o corpo da fêmea e liberar o esperma no sistema circulatório dela!


Os espermatozoides viajam pela hemolinfa (similar ao sangue de vertebrados) da fêmea e fecunda seus ovos. A perfuração em si pode ser muito prejudicial para a fêmea, pois pode causar feridas e infecções.


Sua condição piora quando o número de machos na população é alto, pois o número de “ataques” que cada fêmea pode sofrer aumenta. O aumento dos ataques podem agravar as feridas e infecções e, consequentemente, reduzir a duração da vida das fêmeas.


Em espécies nas quais os machos são muito agressivos com as fêmeas, é comum que evoluam mecanismos de defesa nelas. Porém, nesses percevejos infelizmente ainda não existem estudos sobre esses mecanismos.


2º lugar: Lesmas do gênero Ariolimax


#Acrobatas sexuais


São hermafroditas e possuem pênis do tamanho do corpo. Esse pênis sai de sua cabeça (#chocada).


Além dessas características peculiares, a reprodução das lesmas se inicia de forma incomum: elas secretam um muco pegajoso que ajuda a se pendurarem de cabeça pra baixo (igual o Homem-Aranha em sua teia para beijar Mary Jane).


Ainda penduradas, entrelaçam seus pênis no ar por horas. Ao fim da cópula, as lesmas podem arrancar o pênis do parceiro na base de mordidas (apofalação).


Uma das explicações para esse comportamento é que a lesma sem pênis tende a não copular com outros parceiros. Desse modo, a lesma “canibal” pode garantir paternidade dos ovos da lesma mutilada.


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1º lugar: Peixe Ceratias holboelli


#Dois se tornam um


Cópula animal: Ceratias
Produção: Victoria Helena ( @scilustration)

Os machos adultos deste peixe podem ser até 60 vezes menores do que as fêmeas. Eles usam sua narina para localizar feromônios liberados pelas fêmeas.


Depois que um macho encontra uma fêmea, ele a morde na região ventral (como se fosse a “barriga” dela).


Ainda com os dentes cravados na região ventral da fêmea, o minúsculo macho passa por duas mudanças corporais importantes:


  • Os dentes são substituídos por um conjunto de dentículos, tipo pinça, que mantêm o macho fixo na fêmea;


  • O sistema sanguíneo do macho e da fêmea se fundem. Devido a esta fusão, macho e fêmea se tornam um só: a fêmea fornece nutrientes via corrente sanguínea para o macho e o macho fornece espermatozoides para a fêmea. Essa fusão dura a vida inteira. Pessoas menos românticas podem chamar o macho de parasita, mas apostamos que os mais românticos podem até achar fofo!


As cópulas na sala de aula


Cópula é um assunto abordado, porém, de um modo mais geral, pois não dá para falar de todas cópulas existentes. Mas pode-se incitar a curiosidade dos alunos apresentando algumas cópulas diferentes para eles, incentivando até a pesquisa em casa sobre o assunto.


É possível usar este texto para iniciar ou complementar discussões sobre a diversidade dos animais e de suas adaptações ambientais.


Baseado na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) abaixo estão as habilidades que podem ser trabalhadas nesse tema, para ajudar na preparação da aula.


Ensino fundamental:


(EF03CI04) Identificar características sobre o modo de vida (o que comem, como se reproduzem, como se deslocam etc.) dos animais mais comuns no ambiente próximo.


(EF08CI07) Comparar diferentes processos reprodutivos em plantas e animais em relação aos mecanismos adaptativos e evolutivos.


Ensino médio:


(EM13CNT202) Analisar as diversas formas de manifestação da vida em seus diferentes níveis de organização, bem como as condições ambientais favoráveis e os fatores limitantes a elas, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).


(EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.



Escrito por: LaSexia e Júlia Quintaneiro

Revisado por: Camila Neves


Venha entender mais sobre o trabalho do Lasexia no Instagram e no site.


Gostou de saber sobre a vida dos animais? Confira demais textos sobre animais aqui em nosso site!




Referências bibliográficas:


Hoje não (Quinto lugar):

Arnqvist, G.; Rowe, L (1995). Sexual conflict and arms races between the sexes: a

morphological adaptation for control of mating in a female insect. Proceed of the Royal

Society of London B, Biological Sciences 261:123-127.


Arnqvist, G. (1989). Sexual selection in a water strider: the function, nature of selection and

heritability of a male grasping apparatus. Oikos 56: 344-350.


Até a morte (Quarto lugar):

Diamond, J. M. (1982). Big bang reproduction and ageing in male marsupial mice. Nature,

298:115-116.


Fisher, D. O.; Dickman, C. R.; Jones, M. E.; Blomberg, S. P. (2013). Sperm competition

drives the evolution of suicidal reproduction in mammals. PNAS 110:17910-17914.


Machos agressivos (Terceiro lugar):

Tatarnic, N. J.; Cassis, G.; Siva-Jothy, M. T. (2014). Traumatic insemination in terrestrial

arthropods. Annual Review of Entomology 59:245-261.


Lesmas acrobatas (Segundo lugar):

Leonard, J. L.; Pearse, J. S.; Harper, A. B. (2010). Comparative reproductive biology of Ariolimax californicus and A. dolichophallus (Gastropoda; Stylommiatophora). Invertebrate Reproduction and Development 41: 83-93.


Dois se tornam um (Primeiro lugar):

Pietsch, T. W. (2005). Dimorphism, parasitism, and sex revisited: modes of reproduction

among deep-sea ceratioid anglerfishes (Teleostei: Lophiiformes). Ichthyological Research

52:207-236.


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