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Foto do escritorManoel Pontes

O que são fake news? Ajude a combatê-las!

Atualizado: 23 de jun. de 2023

As fake news, são notícias falsas e constituem como alguns dos maiores males da atualidade e podem estar te enganando diariamente. Nem todas as informações que você recebe são verdadeiras. Leia este artigo e descubra como identificar e combater as fake news!

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O que são fake news?


Que tal iniciarmos a discussão sobre o conceito de fake news com alguns exemplos?!


As imagens abaixo circularam pelas mídias digitais no estado do Espírito Santo, nos períodos críticos da pandemia de COVID-19. Essas imagens foram escolhidas com o intuito de demonstrar que, nesse período, muitas pessoas levaram a sério tudo o que liam.


A figura 1 apresenta uma fake news compartilhada no estado do Espírito Santo, onde diz: "Coronavírus no ES: Cartório registra primeira criança com nome 'Alquingel' ". Fonte: A Gazeta - Grande Vitória.
Figura 1. Fake news compartilhada no estado do Espírito Santo. Fonte: A Gazeta - Grande Vitória.

O contexto acima pode ser cômico, ao afirmar que uma criança nascida no Espírito Santo recebeu esse nome. Mas, infelizmente, a informação foi levada a sério por muitas pessoas. Se você achou um escárnio a notícia acima, o que você diria sobre a postagem abaixo?


Figura 2. Fake news disseminada com identidade visual do Governo Federal e Previdência Social. Fonte: G1 - Fato ou Fake.
Figura 2. Fake news disseminada com identidade visual do Governo Federal e Previdência Social. Fonte: G1 - Fato ou Fake.

Novamente, mais uma fake news disseminada durante o período pandêmico. E esta em especifico causa ainda mais preocupação por usar as imagens do Governo Federal e da Previdência Social, impactando ainda mais os usuários das redes sociais, sobretudo, as pessoas que não pesquisaram sobre o conteúdo.


Figura 3. Fake news com identidade visual da BBC News. Fonte: Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental.
Figura 3. Fake news com identidade visual da BBC News. Fonte: Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental.

Essa foi outra fake news compartilhada. Dessa vez, utilizando a identidade visual de um dos maiores jornais mundiais, a BBC News.


Poderíamos listar para vocês inúmeras fake news, tanto sobre o coronavírus quanto o meio ambiente, educação, saúde, economia, política e inúmeros outros temas. Porém, nosso intuito é sermos objetivos.


Fake news nada mais são do que conteúdos/informações/notícias falsas, sem nenhum embasamento científico e/ou respaldado em fontes seguras.


O pesquisador Rafael Christian afirma que uma das maiores problemáticas quanto à propagação de notícias falsas consiste no desnorteamento populacional, ocasionado pela incerteza de quais fontes podem ser confiáveis. Sendo assim, notícias robustas e verdadeiras adquirem menor impacto em diversos núcleos sociais.


Entender os conceitos dentro da biologia são muito importantes para os alunos. Confira nosso glossário COMPLETO da biologia com centenas de termos.


Por que existem fake news?


Como podem observar nos exemplos anteriores, as fake news possuem uma informação somada à justificativas e/ou ilustrações que permitam que o leitor acredite na notícia falsa.


Por exemplo, na figura 1, a reportagem repassa uma informação falsa acrescida da justificativa de que, com a comprovação de que a irmã do bebê se chama “Influenza”, os pais conseguiram ganhar a causa na justiça ao nomear o filho de “Alquingel”. Frases chamativas como “Brasileiro não perde tempo” e “apesar de duras críticas” ajudam a enganar o público com uma “veracidade” que não existe.


Já nas figuras 2 e 3, o que elas têm em comum, além de justificativas errôneas, são as logos e identidades visuais de possíveis fontes seguras de informações, como sites do Governo Federal, Previdência Social e do jornal BBC News. Novamente, isso permite o engajamento das fake news para que alcancem mais pessoas.


Os criminosos que planejam, elaboram e compartilham fake news têm, como objetivo, causar impactos na sociedade com informações errôneas, sem a confirmação de cientistas e demais profissionais das áreas abordadas.


Esse tipo de conteúdo, que ocorre muitas vezes de forma desenfreada, possui um formato jornalístico e fornece um caráter de confiabilidade ao receptor desta mensagem. Dessa forma o compartilhamento virtual em massa se transforma em um contexto de propagação da desinformação que vem se tornando um problema para várias áreas, como o da a saúde pública.


Em outras palavras, a forma como as redes sociais funcionam, possibilitou que a criação e divulgação de mensagens falsas fosse um "negócio" economicamente rentável. Ou seja, quanto mais cliques no conteúdo, maior será o alcance ao público (aparecerá mais vezes em aplicativos como WhatsApp, TikTok, Kwai e Instagram) e maior é o retorno monetário.


E, como as fake news viralizam rapidamente, vocês devem imaginar o quanto isso deve render (injustamente!).


É válido mencionar que, um conteúdo verdadeiro, com comprovação e evidências concretas, muito provavelmente terão trechos menos assustadores, possuindo menos cliques e acessos. Logo, terá menos engajamento nas mídias sociais em relação às fake news.


Fake news é crime?


Criar e compartilhar fake news, por si só, não se qualifica como um crime. Entretanto, dependendo da informação falsa, do contexto e dos danos que ela pode causar, se enquadra em outros possíveis crimes, afirma o advogado Francisco Brito Cruz, diretor executivo do InternetLab (Centro de Pesquisa Interdisciplinar em Direito e Tecnologia).


O advogado também aponta que, nesses casos, o Código Penal pode ser aplicado, pois esses crimes podem envolver racismo, homofobia, etc. O crime pode envolver calúnia, difamação e/ou injúria, os ditos crimes contra a honra.


  • Calúnia: Imputação falsa de um fato criminoso a alguém; pena: detenção de seis meses a dois anos e multa;


  • Difamação: Imputação de ato ofensivo à reputação de alguém; pena: detenção de três meses a um ano e multa;


  • Injúria: Qualquer ofensa à dignidade de alguém; pena: detenção de um a seis meses e multa.


Saiba o seguinte: quem compartilha uma fake news pratica o mesmo crime de quem criou. Se a gente entender que foi a fake news um crime de difamação, quem compartilhar essa informação difamatória vai praticar o mesmo crime de difamação, mas em um “menor grau".



Como combater as fake news?


Primeiramente, não acredite com veemência na informação que acabou de lhe ser repassada. Busque conhecimento, procure em fontes confiáveis a veracidade dos fatos.


Além disso, busque opiniões contrárias; isso porque muitas pessoas ficam fechadas em suas “bolhas”, sem sequer parar para ouvir/ler o que o outro tem a dizer e, por isso, não busca a verdade por não querer assumir um possível erro.


Outra dica para checar se uma informação é uma fake news: jogue trechos da mensagem em buscadores como o Google. É simples, fácil, e te dará mais certeza sobre o que acabou de ser compartilhado.


Faça o que é correto: não compartilhe fake news e, caso receba, delete. Assim, você não leva adiante um possível crime contra a honra das pessoas. Mantenha-se informado, sempre aberto às informações provindas de fontes confiáveis, independente da sua ideologia.


Outro ponto importante: ao receber uma fake news, DENUNCIE! Nas próprias plataformas das mídias sociais há a opção de denúncia. Caso essas informações possam provocar danos maiores (psicológicos, por exemplo), entre em contato com a Polícia Civil (197) e busque mais informações sobre como proceder.


Ajude o Potencial Biótico a continuar divulgando ciência e produzindo materiais para professores! Acesse o nosso Apoia.se.


Desmascare fake news e participe do II DC Educa!


E aí, será que a notícia abaixo é fake news, ou é uma informação verídica?


Figura 4. Participe do II DC Educa, maior e melhor evento de divulgação científica e educação do Brasil! Fonte: @potencialbiotico.
Figura 4. Participe do II DC Educa, maior e melhor evento de divulgação científica e educação do Brasil! Fonte: @potencialbiotico.

Bom, apesar da identidade visual ser do noticiário “Fato ou Fake” do Portal G1, essa informação não foi divulgada pelo G1. Aliás, seria uma honra para o Potencial Biótico (rsrsrs).


Entretanto, a informação é VERDADEIRA!!!


Nos dias 18 e 19 de novembro de 2022, o Potencial Biótico estará realizando o II Simpósio de Divulgação Científica e Educação (II DC Educa). Uma das principais propostas do evento é apresentar as pontes existentes entre a sociedade e o conhecimento científico, explicando a ciência do cotidiano das pessoas de maneira clara e descomplicada.


Além disso, o evento estará aliado à temática da “pós-verdade”. Mas, o que isso significa?


Como vocês puderam observar, nosso texto é sobre fake news, e os integrantes do Potencial Biótico se preocupam em levar, da forma mais correta possível, o conhecimento até nosso público.


Em 2016, “pós-verdade” foi eleita a palavra do ano pelo dicionário Oxford. Esse termo tornou-se popular nas campanhas do plebiscito do Brexit (processo de saída do Reino Unido da União Europeia) e da eleição americana, vencida pelo ex-presidente Donald Trump. Ambos os eventos foram marcados pela disseminação de fake news nas mídias sociais e de mentiras proferidas por candidatos.


Em termos literais, pós-verdade significa “relativo a/ou que denota circunstâncias nas quais fatos objetivos são menos influenciadores na formação da opinião pública do que apelos à emoção ou à crença pessoal”.


Ou seja, o indivíduo sobrepõe as próprias opiniões e emoções em relação a determinadas situações, ao mesmo tempo em que desconsidera um fato sobre aquilo; não importa se há um fatos científicos, por exemplo, que contrarie a situação.


Por esse motivo, o II DC Educa pretende reunir pesquisadores e estudiosos sobre temas das Ciências da Natureza para um diálogo formal, abordando tanto as problemáticas quanto possíveis soluções a partir do desenvolvimento de pesquisas científicas, associando ao combate das fake news.


O DC Educa é uma oportunidade para que essas reflexões sejam renovadas, e que você possa criar ideias cada vez mais criativas. Por isso, não deixe de participar do nosso simpósio!




Fique ligado em nosso Instagram, para receber mais informações a respeito do II Simpósio de Divulgação Científica e Educação (DC Educa). Confira algumas de nossas publicações:







Escrito por: Manoel Celestino de Pontes Filho (@manoelpontes_)

Revisado por: Nicolas Nathan dos Santos


Como citar este texto:

PONTES FILHO, M. C.; SANTOS, N. N. O que são fake news? Ajude a combatê-las!. Potencial Biótico. Disponível em: <https://www.potencialbiotico.com/post/fakenews>. Acesso:



Referências bibliográficas:


G1 Educação. 'Pós-verdade' é eleita a palavra do ano pelo Dicionário Oxford. Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/pos-verdade-e-eleita-a-palavra-do-ano-pelo-dicionario-oxford.ghtml>. Acesso: 25/10/2022.


LAZER, D. M. J. et al. The science of fake news. Science, v. 359, n. 6380, p. 1094-1096, 2018.


MATOS, R. C. Fake news frente a pandemia de COVID-19. Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia, v. 8, n. 3, p. 78-85, 2020.


MONARI, A. C. P.; BERTOLLI FILHO, C. Saúde sem fake news: estudo e caracterização das informações falsas divulgadas no canal de informação e checagem de fake news do Ministério da Saúde. Revista Mídia e Cotidiano, v. 13, n. 1, p. 160-186, 2019.



 

Manoel Pontes

Redator

Graduado em Ciências Biológicas (licenciatura) pela UFPB. Mestrando em Ecologia e Monitoramento Ambiental (PPGEMA/UFPB). Atua em atividades de ensino e extensão.


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