Pode-se dividir seus modos de reprodução quanto a se o embrião se desenvolve dentro do corpo da mãe (espécies vivíparas) ou fora (ovíparas), e também quanto a se o embrião utiliza uma reserva de nutrientes desenvolvida antes da fecundação (lecitotrofia) ou se a mãe também lhe fornece nutrientes durante a gestação (matrotrofia).
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O que é um condricte?
Os condrictes também são conhecidos como peixes cartilaginosos. São os tubarões, raias (às vezes chamados de “cação”) e quimeras. Em vez de terem seu esqueleto formado por ossos como a grande maioria dos peixes que conhecemos, esses animais têm seu esqueleto formado por cartilagem, deixando-os assim, mais leves e flexíveis.
Quais as características sexuais dos peixes cartilaginosos?
Os condrictes são gonocorísticos, isto é, são separados em indivíduos machos e fêmeas. A principal e mais óbvia diferença entre os machos e as fêmeas é a presença do clásper, o órgão copulatório dos machos (análogo ao pênis de outros animais), que, durante a cópula, é inserido na cloaca (análoga à vagina) da fêmea.
Podemos também citar algumas outras características sexuais que diferenciam machos e fêmeas na maioria das espécies como:
As fêmeas são maiores que os machos (geralmente em espécies vivíparas);
Os dentes dos machos são mais pontiagudos;
As fêmeas têm a pele mais grossa nas laterais do corpo .
Vale também lembrar que todos os condrictes possuem fecundação interna e desenvolvimento direto, ou seja, não possuem estágios larvais (diferente dos peixes ósseos).
Como os condrictes se comportam na cópula?
Muitas das espécies de condrictes apresentam um comportamento de cortejo da fêmea por parte do macho. Comumente esse processo inclui várias mordidas nas laterais das fêmeas, inclusive durante a cópula para segurá-la. Isso explica o surgimento dos dentes mais pontiagudos nos machos e da pele mais grossa das fêmeas ao longo da história evolutiva desses animais.
Qual o modo de reprodução dos condrictes?
Dentre os vertebrados, o grupo dos condrictes é o mais diverso em termos de desenvolvimento do embrião. Um modo simples de categorizar a reprodução dos condrictes é se o embrião se desenvolve fora do corpo da mãe, protegido em um ovo, o que chamamos de oviparidade, ou dentro do corpo da mãe, caso chamado viviparidade. As duas maneiras aparecem em tubarões e raias, mas as quimeras são todas ovíparas até onde se sabe.
Uma outra maneira de classificar, é de acordo com a forma de nutrição do embrião:
Lecitotrofia: se o embrião se nutre unicamente pelo vitelo (substância nutritiva, rica em gordura, proteínas e vitaminas, produzida pela mãe durante a formação do óvulo).
Matrotrofia: onde, durante a gestação, dentro do útero, o embrião se nutre principalmente através de nutrientes fornecidos pela mãe por secreções uterinas, óvulos não fertilizados ou por meio de uma placenta.
Casos curiosos:
Como vimos, a reprodução dos peixes cartilaginosos é bem variada. Dentre essa diversidade toda, aqui vão 3 casos curiosos que já foram reportados:
1. Hermafroditismo:
A ocorrência dos órgãos reprodutores masculino e feminino em um mesmo indivíduo é chamada de hermafroditismo. Apesar de ser algo comum em peixes ósseos, é considerado raro nos condrictes.
Uma ocorrência de indivíduos hermafroditas férteis foi encontrada em tubarões do gênero Apristurus, que ocorrem em águas profundas.
2. Partenogênese:
A partenogênese é o desenvolvimento de um embrião sem haver fecundação da fêmea por um macho (tal como Anakin Skywalker, de “Guerra nas Estrelas”) É considerada um meio assexuado de reprodução, ou seja, sem cópula.
Já foi relatada em espécies de tubarões e raias em cativeiro, como o tubarão-zebra e a raia-chita.
3. Adelfofagia:
Também chamada de canibalismo intra-uterino, é o caso em que o embrião mais desenvolvido do útero devora seus irmãos após consumir todo vitelo de seu saco vitelínico, ainda dentro do útero.
Até então, se tem registro apenas para o tubarão-mangona, que dá à luz a dois filhotes grandes (um de cada útero).
Neste vídeo do canal Discovery é possível ver este evento:
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Referências Bibliográficas:
ABEL, D. C.; GRUBBS, D. R. Shark Biology and Conservation: essentials for educators, students and enthusiasts. John Hopkins University Press, 2020.
HAMLET, W. C. (Ed.). Reproductive Biology and Phylogeny of Chondrichthyes: sharks, batoids and chimaeras. Volume 3. Science Publishers, Inc., 2005.
Escrito por: Eduardo Gastal
Revisado por: Nicolas Nathan dos Santos