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Como foi o processo de separação dos continentes?

Atualizado: 1 de mai. de 2022

Nosso planeta não é estático. Os continentes estão em constante movimento, tanto que, milhões de anos atrás eles estavam todos aglutinados em um grande continente: a Pangeia. Isso foi proposto por Alfred Wegener no início do século XX, com a sua teoria da separação dos continentes, chamada também de teoria da deriva continental.

Quer ir para alguma parte específica deste artigo? Basta clicar em qualquer um dos tópicos:




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As placas tectônicas


A superfície terrestre, chamada de crosta, é formada por diversas placas tectônicas, que são como peças que se encaixam. As partes das placas que ficam acima do nível do oceano formam os continentes.

Essas placas estão em constante movimento, já que estão sobre a astenosfera terrestre, uma região logo abaixo das placas que é formada por rochas em temperaturas muito altas – o que faz com que elas estejam em estado líquido. Por conta disso as placas “escorregam”, se movimentando.


Entender os conceitos dentro da biologia são muito importantes para os alunos. Confira nosso glossário COMPLETO da biologia com centenas de termos.

A divisão entre as placas tectônicas norte-americana e euro-asiática, na Islândia. (Pixabay)
A divisão entre as placas tectônicas norte-americana e euro-asiática, na Islândia. (Pixabay)

Por que os continentes se separaram?


O geólogo Alfred Wegener propôs em 1912 a ideia da deriva continental, também conhecida como teoria da separação dos continentes, que propunha as placas tectônicas não apenas estão em constante movimento, como no passado eles já estiveram todos aglutinados em um único grande continente, denominado Pangeia.

A Pangeia foi um supercontinente que existiu antes da configuração atual do planeta Terra. A separação da Pangeia foi consequência da movimentação das placas tectônicas, que se afastaram umas das outras devido a deriva continental (ideia proposta anteriormente por Wegener).

A princípio a Pangeia se separou em dois grandes continentes, o do Sul que foi chamado de Gondwana e o do Norte Laurásia. O início dessa separação se deu no período Triássico, entre 250 e 200 milhões de anos atrás, ou seja, quase junto com o surgimento dos dinossauros.

Algumas das evidências da separação dos continentes são:

  • Fósseis das mesmas espécies de plantas e animais encontrados em locais da costa oeste africana e da costa leste sul-americana;


  • Mesmas estratificações de rochas encontradas em continentes diferentes, isto é, a mesma sequência de rochas no solo – algo único de cada local, ocorrendo tanto na Europa Ocidental como na costa Atlântica dos EUA e Canadá.


Essas evidências foram usadas por Wegener para sugerir sua teoria, e foi confirmada nas décadas seguintes após muitos outros cientistas chegarem aos mesmos resultados. Resultados, inclusive, que evidenciaram a existência das placas tectônicas.


Veja este vídeo para mais informações sobre a Deriva Continental.



Índia se choca com a Ásia


Após a separação do continente Pangeia em Laurásia e Gondwana, esses dois blocos continuaram a se dividir e se afastar, até chegar na configuração atual.


De forma geral, os continentes originários da Gondwana – África, América do Sul, Antártica e Austrália – ficaram no hemisfério Sul, enquanto os da Laurásia – América do Norte e Eurásia (Ásia + Europa) – ao Norte. Há, entretanto, uma exceção: o subcontinente indiano.


A atual Índia era uma parte da Gondwana que ficava entre os blocos que acabaram se tornando a África e a Antártica. Porém ao se separar, esse pedaço foi levado pelas forças da deriva continental ao Norte, em direção à Ásia.


Eventualmente a Índia se chocou com a Ásia, fazendo com que duas placas tectônicas se colidissem violentamente, resultando em uma deformação das placas, e criando uma enorme cadeia de montanhas, atualmente a mais alta do planeta: os Himalaia.



O Everest e a cordilheira do Himalaia, conhecida como teto do mundo pelas suas grandes altitudes (Pixabay)
O Everest e a cordilheira do Himalaia, conhecida como teto do mundo pelas suas grandes altitudes (Pixabay)

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A separação da Pangeia e seu impacto sobre a vida na Terra


A velocidade da separação dos continentes é muito lenta. Podemos ver isso hoje em dia. Os continentes continuam em constante movimento, porém o mapa-múndi não muda de uma hora para a outra.

Isto porque em um ano um continente se desloca apenas alguns centímetros, levando, portanto, milhões de anos para que a configuração dos continentes mude drasticamente. Por isso, demorou muito até que uma passagem da Laurásia até a Gondwana ficasse inviável.

Por conta disso, nos primeiros milhões de anos depois do início da separação, os ecossistemas, nos dois continentes. Por esses ambientes terem conexões uns aos outros em maior ou menor escala, eles tinham um conjunto de seres vivos que se relacionava, gerando um equilíbrio ecológico que influenciava a todos evolutivamente.

Vamos usar o exemplo dos dinossauros, que eram os animais dominantes na época.

Tipos de dinossauros como os saurópodes (os famosos pescoçudos), estegossauros (herbívoros como os saurópodes, porém menores) e pequenos carnívoros eram comuns em todos os ambientes da Pangeia.

Quando, há 145 milhões de anos, os continentes se separaram de vez, não havia mais um deslocamento de dinossauros entre continentes. Foi a partir deste momento que os dinossauros – e todos os outros animais e plantas - começaram a mudar. As novas espécies que surgiram no Sul e no Norte eram muito diferentes entre si.

No Sul, por exemplo, um tipo de dinossauro, os cacarodontossauros, encontraram um ambiente mais favorável, o que fez com que eles chegassem a tamanhos gigantescos. A América do Sul inclusive foi a casa do, até onde se sabe, maior animal que já habitou a Terra: o Argentinosaurus.

Já no Norte, os carcadontossauros passaram a ver sua população diminuir, o que abriu espaço para o desenvolvimento de dinossauros carnívoros menores, que acabaram evoluindo nos tiranossauros no futuro.

Com os ambientes ficando cada vez mais diferentes à medida que os continentes se afastavam, as espécies no geral, incluindo os dinossauros, tomaram rumos evolutivos diferentes.

Isso ajuda a explicar, por exemplo, a fauna única da Austrália, um dos primeiros grandes blocos a se separar da Gondwana, colocando seus seres em um rumo evolutivo diferente por mais tempo.


Os famosos tiranossauros habitaram a América do Norte milhões de anos atrás (Pixabay)
Os famosos tiranossauros habitaram a América do Norte milhões de anos atrás (Pixabay)

Para aprender mais como a separação dos continentes impactou a biodiversidade e a evolução na Terra, recomendamos o seguinte texto: Biodiversidade e Evolução, feito pela equipe do projeto educacional Healing Earth.


Para você professor


Para auxiliar você professor a planejar sua aula, damos exemplos de habilidades que podem ser desenvolvidas com seus alunos baseadas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a partir do uso deste texto como material de apoio.

Com os objetivos de promover o conhecimento acerca das características, forma, estrutura e movimentos da Terra, das placas tectônicas e deriva continental, nós indicamos algumas das seguintes habilidades:


Ensino fundamental:


(EF03CI07) Identificar características da Terra (como seu formato esférico, a presença de água, solo etc.), com base na observação, manipulação e comparação de diferentes formas de representação do planeta (mapas, globos, fotografias etc.).


(EF06CI11) Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da estrutura interna à atmosfera) e suas principais características.


(EF06CI12) Identificar diferentes tipos de rocha, relacionando a formação de fósseis a rochas sedimentares em diferentes períodos geológicos.


(EF07CI16) Justificar o formato das costas brasileira e africana com base na teoria da deriva dos continentes.


Ensino médio:


(EM13CNT201) Analisar e discutir modelos, teorias e leis propostos em diferentes épocas e culturas para comparar distintas explicações sobre o surgimento e a evolução da Vida, da Terra e do Universo com as teorias científicas aceitas atualmente.


(EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.


Veja este vídeo feito pelo Laboratório de Geologia da Unesp/Ourinhos que traz dicas de materiais didáticos que podem ser usados no ensino de Geociências.



Quer saber mais sobre temas de biologia? Leia outros de nossos textos e confira também nosso Instagram.




Escrito por: Henrique Castro

Revisado por: Nicolas Nathan dos Santos



Referências:


BRUSATTE, S. Ascensão e Queda dos Dinossauros: Uma nova história de um novo mundo perdido.1ª ed - Rio de Janeiro: Record, 2019.


PAIXÃO, I.; CALADO, S.; FERREIRA, S.; ALVES, V.; MORAIS, A. M. Deriva Continental: a ideia louca de um meteorologista que encarava a geologia como um passatempo. Revista de Educação. Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. X (2), 129-147, 2001.


WEBB, A. A. G.; YIN, A.; HARRISON, T. M.; CÉLÉRIER, J.; GEHRELS, G. E.; MANNING, C. E.; GROVE, M. Cenozoic tectonic histpry of the Himachal Himalaya (nortwestern India) and its constraints on the formation mechanism of the Himalayan orogen. GeoScienceWorld. Geosphere. 7(4): 1013-1061, 2011.





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